Estou tão puto que não sei nem por onde começar.
Começaremos pela capa. "O terrorismo de Israel." Frase sensacionalista, equivocada, de má índole. Ao longo de todo o texto da revista, a palavra terrorismo só se refere ao Hamas, e com aspas, como se não estivesse claro quais são os objetivos do grupo. Os ataques do Hamas são "condenáveis", enquanto que o desumano da história é Israel. Patético.
"Previsto pela mesma resolução da ONU que criou Israel em 1948, o Estado da Palestina não se materializou desde então devido a sucessivos conflitos árabes-israelenses."
Que frase idiota... Além de deixar de lado toda a história da resolução da Partilha da Palestina de 1947 (os países árabes se opuseram) e a guerra de independência de Israel - os exércitos do Líbano, Síria, Jordânia, Iraque, Arábia Saudita e Egito atacaram Israel, para que todo o território fosse palestino. Perderam. A Cisjordânia foi anexada pela Jordânia e a Faixa de Gaza pelo Egito.
Luiza Villaméa escreveu o artigo "Terror e política", contando a história do Hamas. Ela escreve que
...em junho de 2007 militantes do Hamas expulsaram a Fatah da Faixa de Gaza, que passou a ser controlada unicamente pelos “terroristas”.Por que aspas???????????????????
Não vou comentar tudo o que li. A impressão geral é que a revista fez um desserviço ao público, transmitindo informações incompletas e muitas vezes equivocadas, usando o pior jornalismo sensacionalista. Espero uma retratação na próxima edição.
Finalmente, gostei da minha foto que eles escolheram dentre tantas que mandei para eles. Sobre a mensagem que eu passei, achei pouco e esperava que escrevessem as opiniões que tenho a respeito do conflito, doce ilusão. Disseram que sou "um israelense naturalizado brasileiro", o que é equivocado. Não sou naturalizado, sou brasileiro nato, filho de pais brasileiros, e nascido em Israel, conforme determinado pelo Ministério da Justiça.
Agradeço a Adriana Prado, da IstoÉ, por haver me entrevistado. A entrevista foi por um bate-papo de texto, e reproduzo abaixo algumas poucas partes da entrevista que julgo ser interessante aos leitores (tenho permissão da Adriana para fazê-lo).
23:34 Adriana: vc em algum momento teve vontade de voltar pra o brasil, pelo menos por enquanto, pq tem medo de se machucar ?
23:35 Yair: a idéia de voltar ao brasil nunca havia me ocorrido.
[uma sirene neste momento tocou. saí correndo para o quarto e continuamos o papo]
23:37 Yair: esta tocando sirene AGORA
23:37 Adriana: nossa, dá muito medo?? [23:38] o que vc fa numa hora dessas?
23:38 Yair: estava na sala e saí correndo com o computador para o quarto protegido.
23:39 Adriana: toda casa em israel tem esse quarto? é tipo um quarto do pânico?
[o papo segue e às 23:46 a conexão cai. Quando reconectamos...]
23:59 Adriana: estávamos falando de uma possível volta ao brasil quando a sirene tocou. vc disse que até entaõ sentia mais medo em SP (pq?) do que aí. e agora? cogita voltar?
[de novo essa pergunta?!]
00:05 Adriana: mas e agora, depois de toda essa tensão, vc cogita pelo menos voltar por um tempo?
[DE NOVO?!]
00:05 Yair: eu nunca tinha cogitado ir ao Brasil antes de você me perguntar a respeito
00:06 Adriana: então é um possibilidade totalmente remota? ou impossível?
[Tenho a impressão que se eu não falar que vou voltar, ela vai encontrar alguém que fale... A entrevista está chegando ao fim... Conversamos mais um pouco e nos despedimos]
Olá Yair,
ReplyDeleteNão se espante com o que publica a Isto É (que está mais para Isto Era). Essa revista não vale a tinta que usa. Como grande parte da imprensa brasileira ( e o governo também) endeusa qualquer terrorista que vê pela frente.
É uma vergonha! Se os militantes do Hamas aportarem por aqui, ainda descolam uma bolsa-terrorista do governo para financiar suas atividades. Tudo é possível no mundo petralha!
Saudações do Rio de Janeiro e que Israel consiga uma bela vitória!
Eliane