Thursday 8 January 2009

Da natureza do debate

Nos últimos dias tenho recebido muito feedback de leitores, e por isso agradeço as visitas e os comentários que deixaram. Isso me fez pensar muito sobre quem são as pessoas que leem o que escrevo. Esse será um post mais reflexivo/filosófico, preparem-se.

Suspeito que a grande maioria dos que visitam o blog são judeus, ou pelo menos simpatizantes de Israel. Neste caso, estou "preaching to the choir", ou seja, convencendo pessoas que já estão convencidas do que estou escrevendo. Claro que isso tem o seu papel, nos faz sentir unidos, nos dá força, etc. Mas basicamente a pessoa acaba confirmando o que já pensa.

Uma outra parcela das visitas, imagino ser de anti-sionistas ou simpatizantes da causa palestina. Sei porque já me mandaram umas mensagens bastante feias que não ousaria reproduzir aqui. Isso é um fenômeno conhecido. Os judeus representam 90% do tráfego em sites nazistas (tirei esse número da cartola, mas se eu não dissesse nada até que convenceria), repassando por email uns aos outros o link do site, chocados com o que acabaram de ver. Também devem ser os judeus os que mais acessaram o site do PT nos últimos 4 dias...

O que acho que menos tem nesse blog é visitas de pessoas que sabem pouco sobre o conflito árabe-israelense e vieram se informar. Claro que tudo o que escrevi até agora é totalmente especulativo. Talvez depois que eu termine de escrever esse post eu coloque no blog uma enquete a respeito.

O que eu gostaria de dizer é que em todos os debates que vi, o que menos tinha era diálogo. Poderia caracterizar os debates como monólogos intercalados, acho que é uma caracterização mais justa. Por acaso alguém já saiu de um debate convencido do oposto que pensava no começo? Claro que não. Debatemos, nos exaltamos, chamamos o outro de burro e no final nos sentimos bem porque "fizemos a nossa parte."

- Ah, mas o debate é importante para educar os que ainda não tem uma posição!

Sim e não. Até poderia ser verdade caso os debates fossem diálogos, idéias fossem trocadas e se uma linha de raciocínio fosse mantida. [Acabei de me lembrar de um filme excepcional chamado "See no evil, hear no evil", onde Richard Pryor é um cego e Gene Wilder é um surdo, vídeo abaixo].

A solução? Explicar o seu ponto sem estar rebatendo o que outro já disse. Propaganda [isso mesmo!] ativa, e não como reação a algo. Pretendo em posts futuros dar exemplos a respeito.

E para terminar [ficou longo, eu sei] deixo abaixo vídeos de monólogos que por aí andam chamando de debate.

See No Evil, Hear No Evil




5 comments:

  1. VOCES NAO ESTAO SOZINHOS E NEM TODA A POP. DO BRASIL TEM O CEREBRO LAVADO PELA FOLHA DE SAO PAULO E A REDE GOLBO!

    MUITOS QUE NAO SAO JUDEUS, COMO EU, TORCEM POR VOCES E ISRAEL !

    ESTA GUERRA SER LONGA...DAQUI A POUCO VOCES LUTARAO EM OUTRA RENTE E ONTRA O IRÃ DISFARÇADO DE HEZBOLLA...MAS NOS FINAL ,A VITORIA ESTARA COM VOCES !

    SEMPRE ESTEVE !!

    QUE DEUS OS ABENÇOE !

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  2. Excelente post... está certíssimo, reação é inútil, só reage quem tem culpa.

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  3. Fala, Yair! Aqui é o Elton.

    Tenho tomado a liberdade de citar seus textos nos monólogos intercalados de que participo sobre o assunto.

    Uma dica que pode ajudá-lo a entender seu tráfego é usar o google analytics, que mostra, por exemplo, se seus visitantes vieram clicando em um link em um site (e vc pode acessar esse site e ver do que se trata) ou, caso eles venham de buscas no google, mostra quais as string de busca que levam ao seu site. Se quiser, pergunte-me via gtalk.

    Continue o bom trabalho e força aí, mano!

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  4. Yair, acho que voce tem muito mais leitores do que imagina...eu, por exemplo. Escrever um blog é, antes de mais nada, compartilhar com o mundo a sua visão do que acontece a sua volta. Nesse momento tão delicado, é fundamental que pessoas como voce e o Hamer continuem com o bom trabalho, seja para as pessoas confirmarem as suas crenças, buscar mais informações ou mesmo para se sentirem incomodadas pelos seus textos. Essa também é uma guerra da mídia e precisamos garantir que estamos fazendo a nossa parte. Você com certeza está fazendo a sua. Parabéns pela iniciativa e se cuida. Am Israel Chai!

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