Tuesday 3 February 2009

Barak mostra os dentes



Ontem Ehud Barak foi dar uma palestra na Universidade Ben-Gurion, em Beer Sheva, onde estudo. No último minuto consegui um bilhete de entrada (eles esgotaram em minutos) e fui vê-lo (a foto fui eu quem tirou).

Ele primeiro falou contra os partidos de direita, entre eles Likud e Israel Beitenu. Disse que temos que fazer o bloco Centro-Esquerda ficar mais forte. Depois passou a explicar por que deve-se votar no Avodá e não no Kadima ou Meretz.

O que achei? O cara fala bem pra cacete, nunca o tinha visto falar tanto tempo, muito menos ao vivo. O raciocínio dele é direto, e sabe levar o público consigo. Muitas vezes se entusiasmava e aumentava o tom de voz.

De tudo o que disse, o que mais me marcou foi o seguinte:
O partido Kadima se formou há três anos principalmente com políticos vindos do Likud e do Avodá. Barak disse que quando se vota no Kadima, não se sabe ao certo onde seu voto vai parar, pois depois das eleições um parlamentar do Kadima pode abandonar o partido e se juntar ao Likud, o que é permitido por lei. Para ter-se certeza que o seu voto vai para onde você quer, Barak diz que tem que se votar no Avodá. Esse argumento nunca tinha escutado antes, e faz sentido.

3 comments:

  1. Yair, não tenho teu email particular, mas achei que se vc não viu isso ainda, iria gostar de ler.

    bjão
    Frida

    Israel não atacou a escola da ONU. Era uma farsa do Hamas.
    A ONU foi obrigada a admitir a verdade. Quase um mês depois.
    Cadê as manchetes?

    Reinaldo Azevedo, colunista da revista "Veja"

    A notícia não está em nenhum dos jornais brasileiros ou nos grandes sites noticiosos. Lembram-se aquele ataque das Forças de Defesa de Israel a uma escola da ONU, que matou 43 pessoas? Pois é. Não foi em uma escola da ONU coisa nenhuma, o que os israelenses vinham dizendo desde o dia 06 de janeiro. Só na segunda-feira (dia 02 de fevereiro), quase um mês depois, Mawell Gaylord, coordenador de ações humanitárias da ONU em Jerusalém, admite a verdade: o morteiro foi lançado em uma rua perto da escola, mas não contra a escola.
    Ora, recuperem o noticiário dos jornais e sites do Brasil e do mundo naquele dia 06. Lembro-me de ter aqui ironizado que os israelenses, maus como pica-paus, não podiam ver uma escola da ONU que iam logo jogando morteiros. Talvez para se livrar do tédio, não é? Ah, acusaram-me de insensível facinoroso. Marcelo Coelho, da Folha de São Paulo, sugeriu no jornal e no seu blog que tenho certa simpatia pelo assassinato em massa de crianças... Mais: como eu alertasse aqui para o óbvio - o Hamas é a fonte das notícias -, fui acusado de realismo estúpido. Coelho chegou a indagar algo como: "Para que jornalismo se já existem os militares?" Ou coisa assim. Chegou a minha vez de indagar: para que coelho se já existe o Hamas? O jornalismo dele, não sei para que serve. O meu existe, entre outras razões, para que os freqüentadores deste blog possam ler com mais acuidade o que é noticiado na imprensa.
    Não se espante, leitor, se, naquele episódio, não tiverem morrido as 43 pessoas anunciadas. Todas, rigorosamente todas as ditas "atrocidades" cometidas por Israel têm origem no, como direi?, Departamento de Propaganda do Hamas: do grande número de crianças e civis mortos ao uso de bombas de fragmentação e fósforo branco para atacar pessoas. Este segundo caso, então, pode dar pano para manga. A tal substância não é considerada arma química. É empregada para iluminar alvos noturnos e criar cortina de fumaça para ação da infantaria. Israel nega que tenha feito qualquer coisa fora das leis internacionais. Como negava que tivesse jogado morteiro numa escola da ONU - e falava a verdade. De todo modo, abriu-se uma investigação.
    Como se vê, o Hamas faz direitinho o seu trabalho. O ataque mentiroso à escola foi manchete do mundo inteiro. O desmentido, até agora, está apenas no Haaretz. O mundo também não se interessou em manchetar as torturas e execuções sumárias que se seguiram à retirada de Israel de Gaza. A imprensa ocidental se deixou seqüestrar pela lógica terrorista. Esse caso da escola merece a justa designação: escândalo. Quer dizer que os homens da ONU em Gaza demoraram um mês para fazer o que poderiam ter sido feito em cinco minutos? Escrevi aqui, certa feita, que o principal inimigo de Israel no Oriente Médio é a organização. Foi uma gritaria. Eis aí. Bem, esperar o quê? O principal representante das Nações Unidas em Gaza é um sujeito que acredita que os próprios EUA tramaram o 11 de setembro... Pois é, leitores. Como diria aquele, quando já temos o terrorismo e a ONU, pra que certo jornalismo, não é mesmo?

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  2. yair, eu me chamo Leo, sou madrich da chazit do Rio, e comecei a ler o seu blog na semana passada, quando mandaram o link pro grupos dos Peilim.
    Em primeiro, parabens! o Blog tá ótimo, bom de ler, e retrata bem o que tá acontecendo aí em Israel, especialmente nessa época de eleições.

    Em segundo, eu fiquei curioso, pq vc fala que o Barak dá motivos pra nao votar no kadima e no meretz, mas só escreve o que ele disse sobre o kadima. Se vc lembrar, queria saber o que ele falou sobre o meretz...
    Abraço,
    Leo.

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  3. fala Leo, obrigado por visitar o blog!
    sobre o meretz, o Barak disse que o partido é "besseder", ou seja, bonzinho. Ele disse que o pessoal do Meretz é ingênuo, mas não muito mais que isso... ele concentrou os ataques no Kadima, de quem ele precisa "roubar" os votos. O Meretz pelas pesquisas tem tão poucas cadeiras que não vale a pena para ele dar muita atenção.

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